A espinhosa vida de Lima Barreto numa biografia para jovens

“Barreto: Lima Barreto” acaba de ser publicado pela Mostarda e vem na esteira do centenário de morte do escritor carioca, completado no dia 1º de novembro de 2022. Além do texto de André, um dos trunfos da edição é a arte de Jefferson Costa. É o mesmo ilustrador que assina os traços de “Jeremias – Pele” e “Jeremias – Alma” (Panini/ Graphic MSP), feitos em parceria com Rafael Calça, dois dos quadrinhos mais tocantes dos últimos tempos. A série ganhará um terceiro volume: “Jeremias – Estrela”.

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Imagem: Reprodução

Uma das passagens mais marcantes do encontro entre os desenhos de Costa e a escrita de Diasz são as páginas de “Barreto: Lima Barreto” sobre o racismo escancarado no país e a condição de boa parte da população após a Lei Áurea.

Ali estão os negros sem conseguir “trabalho, casa, dinheiro, o que comer ou vestir, direitos, estudo…”, mostrando o que está na base de diversos problemas sociais que, mais de cem anos depois, seguem sem solução. É uma oportunidade para que a criança de hoje comece a compreender como vive num Brasil profundamente marcado por decisões e inações tomadas ou não em décadas, séculos atrás.

E há o Lima escritor, claro. O garoto que teve os estudos bancados pelo padrinho endinheirado e o jovem que pererecou na faculdade de engenharia. Foi encontrar uma direção para a vida mergulhando nos livros da Biblioteca Nacional. Como jornalista e romancista que “denunciava os privilégios de alguns e a exploração da maioria do povo”.

A obra de Lima Barreto vive um bom momento. Há alguns anos que o nome do autor está em evidência em nossa literatura. Livros como “Clara dos Anjos”, “Recordações do Escrivão Isaías Caminha” e “O Triste Fim de Policarpo Quaresma” são lidos e perambulam pelo imaginário de leitores do presente.

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