Ao vender nossos dados, farmácias tratam Lei de Proteção como piada

A reportagem também aponta que, muitas vezes, o desconto é fictício e serve apenas como chantagem para conseguir o CPF e jogar os dados do cliente na base da empresa.

Plataformas digitais, como o Google e a Meta, já fazem isso há tempos – ou você acha que é coincidência um anúncio de passagem aérea aparecer para você logo após falar com amigos que deseja viajar para a Bahia?

A questão é que, como a reportagem aponta, dados de saúde são especialmente “sensíveis” e demandam mais proteção que outros.

A empresa diz que não revela os donos das informações. Mas direcionar publicidade para a pessoa que fez uma compra é garantir anonimato? A indústria farmacêutica usará minha hipertensão e minha diabetes para fazer uma “empurroterapia” de novos produtos? No futuro isso não pode ser usado no cálculo de custo de um plano de saúde que acesse a base para excluir quem tem condições médicas prévias?

Na avaliação da constitucionalista Eloísa Machado, professora da FGV Direito-SP, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) pode se tornar piada se a apropriação massiva de dados pessoais não for revertida.

“Judiciário e autoridades administrativas têm o dever de responsabilizar exemplarmente a apropriação indevida de dados, que coloca a privacidade de todos nós em risco”, avalia.

#vender #nossos #dados #farmácias #tratam #Lei #Proteção #como #piada

Leave a Comment