Para que um país prospere plenamente, os trabalhadores devem poder se movimentar. Claro. Sob a servidão medieval, supunha-se que os camponeses estivessem “ligados à terra”. A terra não pode se mover. Portanto, os trabalhadores deviam ficar congelados no lugar. A erudição histórica moderna mostrou que isso não é totalmente verdade, especialmente na Europa Ocidental. Mas, de qualquer forma, a mobilidade estava um tanto obstruída. Isso não é bom.
Na escola, você também aprendeu sobre a escravidão e como ela mancha a história do seu país e do meu. Os senhores do Brasil e dos Estados Unidos decidiam para onde as pessoas escravizadas se moveriam. Claro. Nos Estados Unidos, a grande mudança foi do tabaco na Costa Leste para o algodão no Vale
do Mississippi.
Acredite, porém, a escravidão e a mobilidade dos trabalhadores associados a ela não foram necessárias nem suficientes para a prosperidade de nenhuma das nações.
E mesmo a mobilidade pessoalmente liberada dos trabalhadores que temos após a servidão e a escravidão não determina muito da renda nacional.
De longe, a maior parte do aumento do PIB per capita vem da inovação, de maneiras inteiramente novas de fazer as coisas, como a máquina a vapor, o milho híbrido ou a pílula anticoncepcional. Embaralhar a mão de obra e o capital existentes é prudente, sim. Mas é modesto em efeitos econômicos.
Muda algo onde a produção e o consumo acontecem geograficamente. Não a maior parte de sua imensa ascensão moderna. É muito difícil entendermos isso, porque quando o Rio sobe e o Recife cai percebemos imediatamente.
O grande ponto é que servos e escravos não inovam. Portanto, não foi a mudança de trabalhadores de Dacar, na África, para Recife, no Brasil, ou de Recife para o Rio, ou de Charleston para Houston, que nos enriqueceu. Foi o inovismo, vindo da liberdade pessoal.
Não foi a escravidão ou outro tipo de exploração que enriqueceu o Novo Mundo, ou o Velho Mundo, ou agora o Terceiro Mundo. É o colapso das antigas escravidões, ou de africanos para outros africanos, ou de africanos realocados para fazendeiros brasileiros, ou de mulheres para homens, ou de pessoas para reis.
A mobilidade é boa, sendo parte da liberdade pessoal. Mas a grande coisa é libertar as pessoas de todas as formas. Como Moisés disse ao Faraó: “Deixe meu povo partir”.
Para ter uma chance.
Tradução Luiz Roberto M. Gonçalves
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