O dia em que fiz topless sozinha em uma praia de Nice

No primeiro dia em que cheguei em Nice, um sábado, empolgadíssima com a ideia, fiquei rapidamente frustrada. Sol e um mar de uma cor azul que fulminava os olhos, mas nenhuma companheira. Não avistei ninguém de topless. Mais tarde, me explicaram que é uma praia frequentada por muitos turistas estrangeiros, como eu, e, provavelmente, por essa razão com menos pessoas acostumadas à prática.

Sozinha nesse desejo e sem nenhuma alma à vista tratando aquilo com naturalidade, eu me encolhi e segurei o plano do topless. A amiga que me acompanhava não tinha a mesma vontade e tudo bem. Adoraria dizer que tive coragem de bancar essa treta solita. Algo que também não me ajudou foi um homem que me seguiu até o mar quando fui mergulhar e ficou ali, um tanto inconveniente, insistindo em puxar papo quando não recebeu nenhuma atenção além de educação. Acabei encurtando o banho de mar e voltando para a minha canga onde uma amiga aguardava, mas o cidadão, não satisfeito, ainda resolveu puxar a dele pra perto da nossa e insistir em saber “onde estavam os nossos namorados”, de nos chamar pro restaurante da família dele…éramos duas mulheres curtindo a praia sem companhias masculinas e, ao ouvir o tititi em português, logo fomos notadas…estrangeiras, brasileiras…fomos embora.

Domingo, outro belo dia de praia. Eu seguia não disposta a desistir. Sozinha, caminhei bastante, visitei um mirante e fiz um passeio de barco. Na volta, quase no fim da tarde, caminhando pela orla, avistei um grupo de mulheres bastante tranquilas, à vontade e de topless. Pensei: é agora ou nunca.

Desci a escadaria até a areia e estendi a minha canga a cerca de um metro de onde o grupo estava. Elas falavam espanhol. Imaginei que podiam ser da Espanha onde a prática é comum. Olhei para o lado e uma outra mulher, sozinha como eu, também aparentando muito sossego, igualmente havia tirado a parte de cima do biquíni. Respirei fundo para controlar a ansiedade, e decidi dar um mergulho no mar antes de me juntar a elas e tirar o top.

Na volta, sentei na canga e mandei mensagens para uma grande amiga pedindo um incentivo e ele chegou na hora: “Vai! Começa de bruços para você se acostumar”. Respirei fundo outra vez, fechei os olhos e puxei o top. Em segundos, o medo deu lugar a uma imensa sensação libertadora. Era uma escolha minha: estar ou não com o top. Meu corpo não era proibido, aquilo não era um convite para nada e nem para ninguém.

Fiquei uns 15 minutos de bruços, mas depois deitei de barriga para cima, já sem tanto nervosismo e, finalmente, aproveitei inteiramente aquela sensação contemplando o céu. Infelizmente, porém, o medo do assédio é tão introjetado que cada vez que começava a ouvir, ainda longe, um caminhar que se aproximava da minha canga, logo puxava os braços numa ação instintiva de me proteger. Mas correu tudo bem. Ninguém importunou aquele momento que acabou quando as minhas companheiras de topless resolveram deixar a praia. Não, eu não me senti confortável para, estrangeira, ficar lá sozinha. Um outro dia talvez.

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