A semana teve a eliminação na Copa do Mundo feminina, e os homens também não foram lá muito bem.
Houve quem dissesse, depois do 6 a 0 da Alemanha sobre Marrocos, que ao menos entre elas ainda havia bobas no futebol.
Terminada a fase de grupos, as marroquinas estavam classificadas, e as alemãs, no avião de volta para Berlim e adjacências.
Se bobas há, são as germânicas, ou as nossas brasileiras, que perderam a vaga para as jamaicanas.
Sobre o futebol de Marrocos resta lembrar que os homens ficaram em quarto lugar no Qatar —e o Brasil, em sétimo.
Entre os marmanjos, tais figuras, as de bobos, de fato, são cada vez mais raras ou andam trocando de lugar.
Vejamos, por repetitivo que seja, o desempenho dos times brasileiros nesses dias.
Nos confrontos internacionais, seja pela Libertadores, seja pela Sul-Americana, só o Fortaleza venceu fora de casa, ao derrotar o Libertad paraguaio por 1 a 0.
De resto, na Sula, o São Paulo perdeu para o San Lorenzo na Argentina (1 a 0), e o Goiás foi praticamente eliminado também lá pelo Estudiantes (3 a 0); o Botafogo e o Corinthians ganharam em casa, mas só por um gol de diferença, contra o paraguaio Guaraní (2 a 1) e o argentino Newell’s Old Boys (2 a 1), respectivamente.
No embate brasileiro, entre América e Bragantino, deu empate (1 a 1).
Convenhamos que a hipótese de apenas um brasileiro chegar às quartas de final existe, coisa preocupante.
Na Libertadores, quem ganhou jogou em casa: Flamengo 1 a 0 no paraguaio Olimpia.
O Palmeiras também venceu fora de casa, mas contra o desvalido Atlético Mineiro (1 a 0), vítima dos 4Rs que viraram quatro erros —os empresários que endividaram o clube para comprá-lo como credores da dívida.
Rubens e Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador foram espertos.
O Fluminense, em Buenos Aires, só empatou com o Argentinos Juniors (1 a 1) e graças a gol feito sobre goleiro improvisado e com mão de alface, um jogador de linha, porque o especialista estava expulso de campo. Jogo que entra para os livros como palco de um dos mais chocantes casos de fratura jamais visto, o do lateral Luciano Sánchez, em lance acidental com o traumatizado Marcelo.
O Athletico Paranaense levou uma traulitada do Bolívar, em La Paz, por 3 a 1, e terá de fazer atuação exemplar para sobreviver.
E o Inter levou virada do River Plate, no Monumental de Núñez, por 2 a 1.
Resumo da ópera no principal torneio continental: de 12 pontos só quatro foram brasileiros contra estrangeiros.
Se serve para botar o chapéu de bobo em nossas equipes, é cedo para afirmar, porque Flamengo e Palmeiras, em ordem alfabética, continuam como favoritos a decidir o título novamente. Mas…
Ganhar a Libertadores nunca foi fácil, e a evolução global no futebol projeta que a cada edição será mais difícil, mesmo com a diferença brutal entre o investimento feito por nossos clubes e o pelos hermanos, assim como é incomparável o respaldo dado à seleção feminina ao dado à Jamaica.
O futebol brasileiro parou no tempo e no espaço ao acreditar que o talento dos jogadores bastaria. Não basta.
Nem trazer o italiano Carlo Ancelotti, que, viva!, fala espanhol e poderá fazer a transição para o português com facilidade.
Porque o sueco e o inglês de Pia Sundhage a impediram da falar a língua e entender a cultura do futebol do Patropi.
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