‘Revolução’ de Diniz passa por encorajar a base montada por Tite

O ciclo da segunda Copa de Tite foi, sem dúvida, prejudicado pela pandemia. O time pronto da Copa América de 19 (só sem Neymar) virou um time diferente na Copa América de 21. Em um período de um ano e meio, a seleção jogou pouco, alguns caras que estavam bem ou nos planos caíram, outros apareceram. Tite tentou se adaptar a isso e esboçou, em cima da hora, uma seleção mais ofensiva na escalação. O que faltou foi convicção no que fazia. Diniz não padece deste mal quando se trata de colocar o time para frente.

Ele aproveitou a base de Tite para começar a trabalhar em cima dela. O trabalho anterior pode até ter sido mal feito sob a ótica do resultadismo (e levando-se em conta “apenas” as Copas), mas a nova comissão técnica encontrou um legado sólido. Um time bem treinado, entrosado em campo e fora dele. Não é à toa que Tite foi lembrado logo de cara nas coletivas de Marquinhos e Casemiro, dois líderes do elenco, além das constantes citações elogiosas do próprio Diniz.

Nos setores de defesa e meio de campo, apareceram as maiores mudanças. Mas é preciso lembrar que Thiago Silva e Daniel Alves já não teriam idade (ou possibilidade, no segundo caso) para seguir, Militão está machucado, Fabinho e Fred partiram para mercados menores e Paquetá se meteu em polêmica sobre apostas. Muitas das mudanças, pois, teriam de acontecer de qualquer jeito.

No ataque, até diante da ausência de jogadores que estejam pedindo passagem, foi mantido praticamente o mesmo grupo da Copa. A exceção foi a troca de Pedro por Matheus Cunha – uma dúvida que Tite teve até a hora H de soltar a lista da Copa. Vítor Roque vai se transformando cada vez mais na bola da vez, mas Diniz preferiu, por enquanto, deixá-lo na seleção olímpica e priorizar o legado de Tite. É provável que o jogador do Athletico, futuro Barcelona, apareça na seleção principal logo.

Na entrevista de ontem, Diniz indicou que, por aplicação e empenho, “os 23 teriam de ser convocados de novo”, mas ressaltou que “outros fatores precisam ser levados em conta”. Quem estava no ciclo de Tite levou vantagem neste momento inicial, quem já joga ou jogou com Diniz (seis caras) também se deram bem, quem participou desta semana de treinos e eliminatórias ganhou ainda mais vantagem. Mas as portas não estão fechadas para mais novidades. Apenas era necessário partir de algo concreto.

Elogios a Tite à parte, Diniz trabalha para deixar o time mais ousado e eficiente dentro da “bagunça organizada” que caracteriza seus times. Com um time titular que tem nove caras que estiveram na Copa (e dois que não foram por razões discutíveis), a ideia é fazer o entrosamento fora de campo e a empolgação do grupo com o novo trabalho virarem goleadas. Retroalimentar o ótimo momento inicial.

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