Sim, há distorções como o PSG, Manchester City e Newcastle, cujos donos são Estados. Neste caso, há investigações de fair play financeiro para tentar limitar esses investimentos sem origem no futebol. Os sistemas da UEFA e da Premier League, diga-se, são bem falhos. Mas esses times são um competidor da tabela.
Na Liga Saudita, o investimento grosso é feito pelo PIF (Fundo Soberano da Arábia Saudita). No final, é um dinheiro do Estado e que foi para o futebol por conta de decisão do príncipe Mohammad Bin Salman, que pretende usar o esporte como modernização e limpeza da imagem do país.
O Estado, no final das contas, estatizou (falar em privatização neste caso não faz sentido) quatro dos 18 clubes da Liga. São o Al-Hilal, A Nassr, Al-Ittihad e Al-Ahli. Esses clubes têm uma injeção de dinheiro muito superior aos outros times, com estrelas internacionais como Benzema, Cristiano Ronaldo, Firmino, Kanté, Neymar.
Ora, uma só instituição, um Estado no caso, decide quais times da liga serão os mais fortes. E forma uma seleção de estrelas para jogar com outros times bem mais fracos, ainda que tenham investimento.
Imagine que, no Brasil, o Estado Brasileiro decidisse injetar todo o dinheiro gerado pela Petrobras para reforços de Corinthians, Flamengo, Palmeiras e São Paulo. E deixar o Brasileiro desequilibrado artificialmente, com dinheiro público. Seria um escândalo.
Como conceito de esporte, não seria aceito em nenhum lugar no mundo. Aliás, é uma corrupção do futebol porque acaba com qualquer sentido competitivo de um clube que é premiar o mérito. Um clube tem mais torcida ou é gerido de forma mais eficiente, consegue mais dinheiro, investe mais e melhor, e forma times campeões.
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