Celso nunca havia se prestado ao papel de “maçaneta”, como são chamados os que se antecipam a abrir portas aos poderosos, em busca de “boquinhas” futuras.
O cabedal jurídico de Celso, o seu estofo ético-moral, fizeram que respeitasse o STF. Isso num Estado de Direito em que todos são iguais perante a lei. E o ministro Celso respeitou a si próprio, ao se declarar suspeito de julgar caso de interesse de Sarney.
Dias Toffoli, ao contrário, não se deu ao respeito.
Quando indicado ao STF, Celso de Mello era um destacado membro do Ministério Público estadual. Ministrava aulas em prestigioso curso de preparação ao ingresso à magistratura e ao Ministério Público. Nesse curso, era o curinga quando faltava um professor de direito constitucional, penal e processual penal e administrativo.
Pelos seus conhecimentos jurídicos, recebeu, desde os tempos de acadêmico da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, o apropriado apelido de “Celso jurista”.
Toffoli tem no currículo duas reprovações em concurso de ingresso à magistratura paulista. E, como sabem até os capinhas (não usam togas como os ministros, mas capas pretas) a serviço dos ministros nas sessões de julgamento do STF, Toffoli chegou à Corte por haver sido assessor de José Dirceu e do PT, onde se aproximou de Lula.
Sua indicação foi vista, nos meios acadêmicos, como um escandaloso compadrio. Mas, isso tudo é passado. O presente é nunca ter Toffoli se dado por suspeito de parcialidade em processos a envolver Lula, José Dirceu e membros do Partido dos Trabalhadores.
Na última terça (6), Toffoli decidiu anular todas as provas obtidas a partir de delações da Odebrecht e considerou a prisão de Lula “um dos maiores erros judiciários da história do país”.
A pergunta agora que não quer calar: Toffoli era isento para apreciar a reclamação apresentada por Lula e assinada por Valeska Zanin, esposa do ministro Cristiano Zanin?
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